Anos atrás, estive na Índia. Lá, um engenheiro me convidou para jantar na casa dele retribuindo a mesma gentileza que fiz quando ele esteve no Brasil.
Ele tem doutorado e é um dos mais conceituados profissionais do país. Ganha só U$ 1.500,00 mensais. Vinte vezes menos que um equivalente em outro país.
A casa dele era simples: 5 cômodos, em que viviam ele, a mulher e as duas filhas. O chão era de cimento alisado. Uma TV na sala. Tudo muito simples. Muitas famílias pobres daqui têm mais eletrodomésticos que ele.
Perguntei quando ia se aposentar. Ele me respondeu: nunca.
Quis saber por quê. Ele disse que optou, desde o nascimento de cada filha, por poupar até os 60 anos para poder pagar o dote delas. Dar a elas a chance, através do casamento, de passarem a uma casta superior e terem uma vida melhor.
Há várias razões para separar um dinheiro todo mês. Desde a mais arcaica, como pagar um dote, até a mais contemporânea, que é para viver bem na velhice.
Como aqui, felizmente, não há dote, que tal fazer uma previdência privada para poder se aposentar bem?
Para os teimosos em poupar- os escravos do consumismo- lembro que se tudo, se absolutamente tudo, der certo, vocês vão envelhecer, porque a alternativa a isso é morrer jovem.
E lá na frente só há duas opções: ter poupança previdenciária para parar ou nunca parar de trabalhar.
Fonte: Renato Follador