Os resultados dos investimentos da Prevdata em agosto não superaram, novamente, as metas atuariais estabelecidas para o mês. Após o fechamento contábil, as rentabilidades globais dos Planos PRV Saldado e CV – Prevdata II foram de -0,04% (contra a meta de 1,29%) e -1,80% (contra a meta de 1,28%), respectivamente. Números puxados para baixo por conta dos retornos do segmento de Renda Variável — o que mais sofreu com a volatilidade do mercado financeiro — e que expõem as marcas da crise provocada pela Covid-19 que ainda persistem.
Mesmo com o avanço da vacinação em todo o mundo, a recuperação econômica a nível internacional continua a apresentar fraquezas, uma vez que acontecimentos paralelos à pandemia têm intensificado os desafios para a superação desse conturbado período:
• principal parceiro econômico do Brasil, a China já começou a dar sinais de crescimento abaixo do esperado, além de forte preocupação com um possível calote da Evergrande — gigante chinesa da construção civil, que está à beira da falência, com dívidas na ordem de US$ 300 bilhões;
• a volta do regime Talibã ao poder no Afeganistão, refletindo certa fragilidade e perda de popularidade do governo Biden, criando receio nos investidores de que o presidente americano mude a sua política econômica para gastar mais na recuperação de sua imagem e números; dentre outros.
No Brasil, a delicada situação resultante da “equação” inflação em alta + tensão política + possível crise hídrica tem produzido forte aversão à compra de ativos, afugentando os investidores — que têm preferido negociar papéis em mercados mais estáveis como os da Europa e o dos Estados Unidos. Um cenário que impõe desafios para os gestores de investimentos em diversos segmentos, incluindo os de previdência complementar.
Segundo dados levantados pela Aditus — empresa de consultoria atuarial —, a mediana* dos Planos BD (modalidade do Plano PRV Saldado) em agosto foi de 0,48%, enquanto a dos Planos CV (modalidade do Plano CV – Prevdata II) foi de 0,26%. Índices abaixo da maioria das metas estabelecidas por diversas entidades para os planos de benefícios que administram e que traduzem as dificuldades sentidas pelo setor para manter trajetórias de valorização em seus ativos. Todavia, considerando o perfil de longo prazo das EFPC, há cautela no enfrentamento de conjunturas como a atual, que tendem a ser passageiras.
Como adiantado no recente boletim Panorama, os resultados negativos obtidos nos últimos meses só representariam perda de patrimônio se houvesse a venda dos ativos. Considerando que a Prevdata faz investimentos de longo prazo e só vende ativos de acordo com estratégias bem definidas, não há realização de prejuízo.
* Mediana da rentabilidade de todos os planos de determinada modalidade (BD – Benefício Defenido, CD – Contribuição Definida, CV – Contribuição Variável)