Meu pai, meu super-herói

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Galeno Eustáquio de Rezende

MEU PAI, MEU SUPER-HERÓIM
Sou de uma família mineira de quatro filhos e consideramos nosso pai um super-herói. Apesar de ter somente a escolaridade básica, ele se preocupou sempre em dar melhores condições ao estudo dos filhos. Para isso, ele e nossa mãe Djenane (Gegê) trabalharam com amor e dedicação em fazenda, comércio, hotel, restaurante e chácara. E hoje, seus descendentes formam uma família com 15 netos e 16 bisnetos…

Nosso pai (Haroldo) sempre gostou de escrever textos, cartas e poemas. Desses, o que encaminho abaixo representa o início da sua história e também de nossa própria família.

Como Encontrei meu Grande Amor
por Haroldo Jussieu de Rezende

Por causa de um inseto que picou a perna da minha irmã Jussara, eu encontrei o meu grande amor…

Não sei que inseto lhe picou,
Mas sei que sua perna inchou,
Pôs cataplasma e não adiantou.
Parece que aquela picada inflamou.

Agora tem que procurar recurso,
Com quem sabe curar edema,
Não precisa ser doutor nem ter curso,
Basta ter prática que resolve o problema.

Mas onde ir sem ter dinheiro?
Só se for lá no Nelson de Melo,
Ele sabe que a gente não é caloteiro
E em nossas famílias existe algum elo.

O atendimento foi com muita presteza,
E o remédio para a perna foi beleza,
E de uma coisa, eu tenho certeza,
Nasceu daí, um amor com pureza.

Passados dias, precisava o remédio pagar,
E sem saber, fui eu o escolhido.
Para agradecer, e o dinheiro entregar,
Mas nunca pensava de ficar envolvido.

Quando à farmácia cheguei,
Só vi lá, uma linda mocinha,
E como ninguém mais encontrei,
Fiquei olhando para aquela loirinha.

Guardei bem na minha memória,
Aquela emoção que na hora sentia,
Acreditem, não é uma história,
Ela me olhava e também sorria.

Quando lhe entreguei aquele dinheiro,
Por estar ela sozinha no balcão,
Senti vontade de lhe entregar primeiro,
O meu amor, e o meu coração.

Passei dias pensando naquela menina,
Sem ter como encontrá-la novamente,
Quando me lembrei de comprar guaraína,
E algum remédio prá dor de dente.

Mas como eu fui comprar guaraína,
Eu não passava de ser um cliente,
Mas eu queria era falar com a menina,
E dizer o que estava em minha mente.

Tudo que eu falava, parece que já sabia,
Não declarava, mas me olhava e sorria,
E cada vez eu mais me envolvia,
Não demonstrava, mas era assim que sentia.

Além, de um olhar cativante,
Seguido de um sorriso atraente,
O seu silêncio era o melhor calmante,
Para quem sentia uma paixão eminente.

E assim passei dias me interrogando,
Como voltar lá, se ninguém adoecia,
Sonhava com remédio, e me via comprando.
Mas tudo que pensava, virava fantasia.

Até que um dia encontrando o Levi,
Ele disse que o Nelson estava doente,
E que, por isso, iam para Piumhy,
Onde nossa presença era frequente.

Quando meus pais falaram de visita,
Eu senti que era a única oportunidade,
Mas com medo que as duas coisas se conflita,
Cheguei depois, para ter mais liberdade.

Quando fomos, já foi à tarde,
O meu pai, no quarto foi chamado,
E eu na sala, sentindo um covarde,
Não dizia que estava apaixonado.

Cumprimentei-a e logo me sentei,
Esperando que ela começasse a falar,
Pela saúde de seu pai, perguntei,
Ela respondeu e voltou a calar.

Por alguns momentos fiquei paralisado,
Mas sentindo que era hora de definir,
Perguntei logo se ela tinha namorado,
A resposta foi não, mas sem sorrir.

E para mostrar que eu estava interessado,
Eu disse que tinha, mas havia terminado,
E sem falar que estava apaixonado,
Perguntei se podia ser seu namorado.

A resposta foi sim, mas só na janela,
Porque não saia, e nem ia ao passeio,
E precisava muito ajudar a mãe dela
Que pela vida do pai, já tinha receio.

Além de ajudar sua mãe na cozinha,
Tinha que olhar uma irmã, pequenina,
E sabe quem era esta sua irmãzinha?
Era a nossa futura, afilhada Nelsina.

Namoramos assim, namoro de janela,
Olhava para mim, sempre sorridente,
Mas não podia, nem pegar na mão dela,
E ainda assim, me sentia contente.

Para ir ao cinema um dia convidei,
E para minha surpresa, sua mãe concordou,
Acariciar sua mão, foi o que planejei,
Mas seu padrinho Oscar, também a convidou.

Ela disse a ele que já ia comigo,
Então vamos juntos, ele respondeu,
Senti na hora que não era amigo,
E na nossa frente os lugares escolheu.

Sua madrinha ficou na quarta cadeira,
Pondo a afilhada ao lado dela,
E para mim, sobrou a primeira,
Ficando ele, entre eu e ela.

E ainda passou a me interrogar,
O que eu estava fazendo, na vida,
E como tinha pouco prá lhe contar,
Ele se achou com a missão cumprida.

Disse a ela que estava cedo prá namorar,
E que deveria desistir deste namoro,
Ela não respondeu, só fez calar,
Mas se insistisse, poderia vir choro.

Assim mesmo, com esta oposição,
Continuamos namorando na janela,
E como já era dona do meu coração,
Ninguém conseguia me tirar dela.

Voltaram para Capitólio quando seu pai faleceu.
E no domingo eu fui encontrá-la,
E de luto, com olhar triste me recebeu,
Nesta hora de emoção, tive de abraçá-la.

Foi um abraço emocionado,
Sem nunca ter pego na sua mão,
Mas sendo agora seu namorado,
Senti, conquistado o seu coração.

Quantas vezes sorrindo e me olhando,
Sem dizer nada do que pensava,
Eu descobria, sem estar falando,
E naquele impulso, lhe abraçava.

Durante dois anos, sempre nos encontrando,
Sentindo que de fato ela me amava.
Porque em sua casa muitos frequentando,
E se quisesse, candidato não faltava.

Um dia me contaram que, sem ela saber,
Um primo seu, ia lhe pedir em casamento,
E eu na dúvida do que poderia acontecer,
Corri lá, sem pedir a meu pai consentimento.

Falei com sua mãe, sem dizer o porquê,
A senhora concorda de ficarmos noivos agora?
Faz dois anos que namoro e amo a Gegê.
E sinto que o noivado já está na hora.

Ela me ouviu com atenção e perguntou,
Seu pai sabe que veio pedir o casamento?
E se sabe, você acha que ele concordou?
Porque o certo seria ele presente, neste momento.

Como eu não podia dizer o porquê:
Com medo de ser mal compreendido,
Disse apenas que amava a Gegê,
Mas só ele iria fazer o pedido.

Que estava apenas preparando terreno,
Para ele ir falar com a mãe dela,
E como ele viu que eu estava sofrendo,
Aceitou o que eu disse e foi falar com ela.

Senti neste dia um alívio profundo,
Sabendo que errei, mas que fui perdoado,
E sendo o jovem mais feliz deste mundo,
Junto com ela, festejamos o noivado.

O casamento não podia ser marcado,
Porque para o exército, eu poderia ser chamado.
Mas quando venceu o prazo de ser sorteado,
Casamos logo, me sentindo feliz e realizado.

Mas acontece que estávamos em guerra,
E um batalhão para a Itália foi mandado
E aí minha felicidade encerra,
Tendo que atender a um segundo chamado.

Fui mandado para São João Del Rei,
Ocupar uma vaga naquele quartel,
Ao me despedir dela, não resisti, chorei,
Sentindo ter acabado nossa Lua de Mel.

Daí a um mês a guerra terminou,
Mas tinha que continuar o serviço militar.
Pedi uma transferência, e o coronel concordou,
E em Belo Horizonte, o serviço fui prestar.

Através de um amigo chamado João Irineu,
Que em Belo Horizonte com sua esposa morava,
Pela sua bondade, sua casa ofereceu,
E assim resolveu aquilo que eu sonhava.

Mas como precisava dividir a despesa,
E no exército não ganhava o suficiente,
A minha amada, com toda firmeza,
Resolveu o problema sem ficarmos carentes.

Foi fazer doce, para pôr em uma venda,
Que ficava no bairro, mas com muita freguesia
E ainda, tinha alguma encomenda,
Consumindo assim, todo doce que fazia.

Quando a tarde eu voltava do quartel,
Ia ajudá-la mexendo a panela,
E para lhe agradar, lhe trazia um pastel,
Que ganhava, onde vendia os doces dela.

E assim equilibramos a despesa,
Graças ao seu trabalho e dedicação.
Mas acima de toda esta nobreza,
Estava o amor, que trazia no coração.

Moramos com este casal, por muitos meses,
Mas tudo que usávamos eram seus.
Por isso fomos à igreja diversas vezes,
Rezar por eles e agradecer a Deus.

Em dezembro do exército fomos dispensados,
E no outro dia parece que criei asa,
Porque à tarde, no trem, fomos embarcados,
Indo passar o Ano Novo já em casa.

Thiago Feitosa Alves

Segue minha poesia sobre a paternidade da 1ª filha.

Ensina-me a ser pai
A estar determinado a te amar com atitude e sem apego
A ser calmo sem expressar bocejo
A amar as pessoas como eu já te amo
A ter poder para atender às suas necessidades e a muitos dos seus desejos, principalmente se eles forem bons.

Vem pra nos ensinar a perdoar os erros
Pra nos tornar do egoísmo ilesos
Pra nos transformar em homens bons
Pra tornar nossos motivos fecundos
Vem bem-vinda Lara
Vem mudar nosso mundo!

Segue minha poesia sobre a paternidade da minha 2ª filha.

Do amor se originou uma linda menininha.
Ela tem um belo nome, nesse instante eu o revelo.
Do seu amor eu não preciso, embora eu muito o deseje.
Se o amor é uma escolha, a decisão eu já tomei.
O nome dela é Isabella, ir mais longe é sua sina!
A primogênita vem abrindo e iluminando seu caminho.
Que a profecia só se aplique para redenção divina.

Zilmara Oliveira de Jesus

PAI e MÃE dois seres maravilhosos, que nunca deveriam morrer.
Saudade infinita, mas na certeza que nos reencontraremos algum dia.
Bença pai, bença mãe.